sexta-feira, 2 de maio de 2008

ISABELLA

Está na grande mídia o caso da menina Isabella. Pergunto: até aonde a mídia como veículo isento e ético pode ir? Convenhamos esse caso não é o único, no Brasil, todos os dias crianças sofrem as mais terríveis violências. Dia a dia, as emissoras repetem cenas, o pai e a madrasta já são considerados os assassinos por praticamente toda a sociedade.
Cada vez que vai ao ar uma entrevista com os acusados de cometer o crime todos acham que eles irão confessar ao vivo “Sim, matamos Isabella”, e com requintes de crueldade.
O pai e madrasta de Isabella se declaram inocentes, e, acho que não cabe fazer este qualquer tipo de julgamento. Pelas evidências (lembram? ) posso emitir minha opinião, mas, será que com toda essa exposição do caso na mídia, minha opinião será isenta de qualquer influência?
A imprensa pauta, ela quer suspense, tragédia, comoção, e isso influencia o povo, e aí entra à ética e a isenção, mas com tanta exposição será que o povo já não sofreu uma lavagem cerebral? A opinião pública já tem seus culpados, e antecipadamente clama por justiça.
Não estou com este texto, culpando ou inocentando alguém, mas pense: Será que a mídia está sendo isenta e ética neste caso? O caso deve ir a julgamento e caberá ao júri popular dar o veredicto, mas, com esta exposição tão grande na mídia, esta verdadeiro clamor social, teremos um julgamento justo? Pense no caso. E mais como fica a presunção de inocência que reza na nossa Constituição?